sexta-feira, 17 de abril de 2009

Desabafos do trabalhinho (ou da ausência do mesmo)

O dia de ontem foi recheado de revelações profissionais, infelizmente nem todas muito motivadoras. Quando eu cheguei a Surat já tinha deitado as mãos à cabeça ao ver o nível de desenvolvimento da organização. Apesar de ter vários projectos em acção e de prestar bons serviços, não existe qualquer noção de "projectos para o futuro". É tudo vivido no momento e não se sabe sequer se a organização quer crescer nos próximos anos, se quer expandir o número de projectos ou se pretende manter o que tem. Desenhar uma estratégia de angariação de fundos num cenário destes é no mínimo, difícil.

Com a chegada da nova voluntária (que está encarregue do Desenvolvimento Organizacional e que terá o trabalho encaminhado daqui a uns dois anos), conjugada com a ausência da presidente, na tarde de ontem o ambiente no escritório foi propício a confissões. Resultado: 3 elementos do staff confessaram que estão com um pé fora da porta, em fases finais de entrevistas para começarem a trabalhar com outras organizações. Se esta situação se concretizar, a organização onde estou vai ficar reduzida ao departamento de contabilidade, à presidente e à tesoureira, sem mais nenhum pessoal técnico para coordenar e assegurar o funcionamento diário dos projectos. Muitas insatisfações vieram ao de cima, algumas desonestidades por parte da presidente, mas a ideia principal que todos partilharam foi o desespero de quem já tentou todas as formas de comunicação ao seu alcance e não
conseguiu nada.


Portanto, estamos neste impasse. Não sei se a presidente tem alguma noção do que pode vir a acontecer. E eu que precisava de identificar alguém para treinar, começar a transferir capacidades, fui confrontada com a hipótese do meu trabalho não ter continuidade prática nenhuma e de vir a ser apenas mais um relatório para arquivar na prateleira (que me parece é o que acontece com muitas organizações na Índia e não só).

1 comentário:

Helena Almeida disse...

Goi!!
É muito difícil (atrevo-me até a dizer que é impossível) criar um plano de acção, seja para o que for, quando não se sabe o que se quer...
Podes sentir que o teu trabalho não terá continuidade, mas, se realmente assim acontecer, valeu-te a experiência e o desafio cumprido! Ganhaste outras competências... não será isso o mais importante???
BEIJOS!!

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