Até era rapariga para ultrapassar o facto de a água ter cor de café com leite (bem escurinho). Mas surgiram outros argumentos mais pesados.
Sim, a praia estava cheia de medusas dignas de episódio da primeira série dos Ficheiros Secretos. Elas pareciam mortas na areia, sob o sol escaldante e com a canalhada aos saltos em cima delas. Mas entrar em água onde nem os dedos dos pés se vê, tendo estas meninas no areal como cartão de visita, não é para mim. Fomos passear pela areia e ter momentos de rock star que já não tinha há muito tempo.
Depois de um almoço pecaminoso de galinha Tandoori e cerveja Kingsfisher, fomos à parte cultural da visita, em busca de vestígios portugueses em Damão. Se em Goa eles são raros, aqui são quase inexistentes. Damão está dividida em Nani Daman e Moti Daman ou Damão Pequeno e Damão Grande. Dentro das das muralhas do forte de Moti Daman encontram-se algumas igrejas católicas (uma delas com colunas que parecem marshmallows de entrançados branco e amarelo) e umas casas bem coloridas.
A Catedral do Bom Jesus, onde todos os dias de manhã há missa em português, tem pouco da estrutura que me habituei a imaginar mal ouço a palavra catedral, mas é uma casa simpática, com tecto azul claro, altares de dourados pesados e rococós retorcidos e senhores simpáticos a ler o jornal à entrada. Do meio do jardim da praça central, parece a casa da bruxa do Hansel e Gretel.