terça-feira, 28 de abril de 2009

Sábado em Damão

Desde que soube que vinha para Surat e que comecei a compilar a minha lista de sítios para visitar, Goa, Damão e Diu entraram logo para o topo da lista. Este sábado chegou a altura de riscar o segundo lugar. O comboio demora cerca de hora e meia para chegar a Vapi e dali apanhamos um riquexó directo para a praia de Jampore. Eu, optimista como sou, fui de fato de banho vestido e t-shirt XL na carteira (para não queimar as vistinhas dos turistas indianos que tinha a certeza de encontrar). E á primeira vista a praia é convidativa.




Até era rapariga para ultrapassar o facto de a água ter cor de café com leite (bem escurinho). Mas surgiram outros argumentos mais pesados.






Sim, a praia estava cheia de medusas dignas de episódio da primeira série dos Ficheiros Secretos. Elas pareciam mortas na areia, sob o sol escaldante e com a canalhada aos saltos em cima delas. Mas entrar em água onde nem os dedos dos pés se vê, tendo estas meninas no areal como cartão de visita, não é para mim. Fomos passear pela areia e ter momentos de rock star que já não tinha há muito tempo.



Depois de um almoço pecaminoso de galinha Tandoori e cerveja Kingsfisher, fomos à parte cultural da visita, em busca de vestígios portugueses em Damão. Se em Goa eles são raros, aqui são quase inexistentes. Damão está dividida em Nani Daman e Moti Daman ou Damão Pequeno e Damão Grande. Dentro das das muralhas do forte de Moti Daman encontram-se algumas igrejas católicas (uma delas com colunas que parecem marshmallows de entrançados branco e amarelo) e umas casas bem coloridas.




Esta é a entrada da prisão que ainda está a uso.

A Catedral do Bom Jesus, onde todos os dias de manhã há missa em português, tem pouco da estrutura que me habituei a imaginar mal ouço a palavra catedral, mas é uma casa simpática, com tecto azul claro, altares de dourados pesados e rococós retorcidos e senhores simpáticos a ler o jornal à entrada. Do meio do jardim da praça central, parece a casa da bruxa do Hansel e Gretel.
A escola secundária pública local.
Já fora das muralhas e perto do rio que separa Damão Grande de Damão Pequeno (onde há muito pouco para ver), encontrei este pequeno porto que me fez lembrar algumas zonas da Afurada e da ribeira de Gaia.



Detallhe do mercado em Nani Daman ou Damão Pequeno.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A maior democracia

A chinfrineira da época dos casamentos voltou, mas desta vez são as eleições. As campanhas eleitorais são feitas à noite, quando as temperaturas caem para os refrescantes 30 ºC. Começa então o fogo de artifíco; os desfiles de homens em motorizadas, de bandeirinha na mão, a cantar o hino do partido pela minha (outrora pacata) rua. Na quinta feira é o dia para os habitantes do Gujarat se deslocarem às urnas para votar. Lamento não poder trazer descrições in loco, mas vou estar sob prisão domiciliária imposta pela organização internacional que me enviou para cá. A mistura de política, com milhões de eleitores, corruptores, dezenas de partidos, tudo bem temperado com uma dose (muito pouco saudável) de fanatismo religioso, por vezes é explosiva.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Conversa de Raparigas

Ontem passei um agradável fim de tarde num jardim de Surat, em pleno modo girl talk, com a minha mais recente amiga. A conversa foi do mais gráfico possivel, mas porque era necessário. E como se pode discutir educação sexual sem se ser gráfica num pais onde não há revistas femininas, nem livros que expliquem o que toda a mulher deve saber? Isto curiosamente na terra que produziu o kama sutra. Mais um daqueles paradoxos asiáticos.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Férias parte 3.2: Bangkok e arredores

Os dois dias que passamos em Bangkok foram muito chuvosos, com excepção da nossa incursão matutina ao Mercado Futuante, que fica a uns 80km da cidade. Passamos lá umas horas fabulosas e acho que as fotos falam bem por si.










Para chegarmos ao Mercado, viajamos por canais, uma verdadeira Veneza Asiática, onde as portas dão directamente para a água e os vendedores de vegetais viajam de barco entre as casas dos seus clientes habituais.





Em Bangkok visitamos uns templos, mas sempre muito encolhidas debaixo do guarda-chuva e rodeadas de indianos, cuja noção de visita cultural é: chega, tira foto, vai embora, confere a foto confortavelmente sentado dentro da carrinha. Portanto, digamos que foi uma visita apressada, connosco sempre a atrasar a "excursão", devido à minha insistência em fazer perguntas à guia e em apreciar o ambiente (caraças, não é todos os dias que estou dentro de um templo budista na Tailândia!).








A Ásia tem destas contradições e nem os budistas lhe escapam. Nos templos, onde temos que andar tapados até ao pescoço, onde não são admitidos calções, tops de alças, t-shirts decotadas, entre outras sem vergonhices, verdadeiros atentados ao pudor, venera-se o pénis de Shiva. No mesmo templo onde um monge me mandou fechar o xaile que eu levava, nos breves 2 segundos em que ele se abriu e revelou um pouco dos meus ombros, existe uma estátua de pedra que representa o órgão sexual masculino de Shiva. A estátua tem direito a nome próprio, Shivalim e os casais dirigem-se ao local primeiro, quando não conseguem engravidar e, depois de conseguirem, com ofertas ao pénis sagrado.



Em Bangkok ainda visitamos a Chinatown, onde se encontra de tudo à venda (barbatana de tubarão incluída) por tuta e meia, e fomos presentadas com um dilúvio à Tailandesa, que incluiu saraiva (!).


Outra peculiaridade desta viagem foi a quantidade de vezes que nos propuseram ir ver shows de animais, entre os mais bizarros estão os elefantes que dançam ballet e o boxe de macacos. Apesar da insistência dos guias que os espectáculos eram divertidíssimos e que faziam qualquer pessoa rir, a minha solidariedade com a dignidade animal falou mais forte. Aqui estou na quinta das cobras, onde destemidos treinadores apanham cobras venenosas com os dentes. Eu fiquei no bar.

domingo, 19 de abril de 2009

Inacreditável

Ontem, em modo Sábado à noite, eu e a Louise fomos jantar fora a um restaurante na zona in de Surat. Não sei o que me possuiu para decidir experimentar a lasanha verde, que estava intragável e foi de volta para a cozinha quase intocada, sem que ninguém perguntasse o que se tinha passado. Mas o inacreditável não é isso. No terraço do restaurante estava a decorrer uma festa. A entrada estava repleta de senhoras em saris cheios de brilhos, com lantejoulas no cabelo e mini carteiras douradas. Enfim, um luxo. Vou ao quarto de banho. E quando saio para a zona do lavatório, está uma das senhoras chiquérrimas, agachada a urinar no chão. Pelos vistos, esperar dois minutos por uma sanita é tempo demais, numa terra em que comprar um cartão de telemóvel leva quase uma semana.

sábado, 18 de abril de 2009

Férias parte 3.1: Pattaya, Tailândia

O nosso primeiro ponto de paragem na Tailândia foi a Pataya. Parece nome de sítio para os personagens da Disney, mas é uma cidadezinha que vive completamente do turismo e da prostituição. Com uma rua principal a abarrotar de bares e restaurantes ocidentalizados, são precisos dois passos para chegar à praia e outros dois para chegar à cerveja. Quem vem para aqui passar férias não pode procurar mais nada. A não ser meninas asiáticas com ar de menores de idade (a minha alma optimista espera que fosse só ar). De noite as ruas enchem-se de casais compostos por homens brancos, velhotes e barrigudos (e não estou a generalizar, a Super Mãe confirma), acompanhados por raparigas asiáticas, muito novas e magrinhas. Jantam juntos nos restaurantes: elas bebem chá e eles cerveja, que aqui vem em canecas de litro. Depois vão à vidinha deles. As casas de massagens são mais que muitas. De dia são inofensivas, mas estão abertas até perto das duas da manhã, com espaço para se transformarem em mais que simples spas. Eu tive a oportunidade de experimentar a massagem tailandesa, que dá pouco para relaxar. Ao fim de uma hora, que incluiu um momento glorioso em que a masssagista se ajoelhou em cima das minhas costas, entre outros episódios que se aproximam da tortura, sai do spa com a sensação de ter acabado uma sessão de kickboxing. Recomendo.


A praia em frente ao nosso hotel, no nosso primeiro dia (chuvoso) em Pattaya.
A praia vista do barco que nos levou num tour no segundo dia de manhã (com o nosso hotel à direita).
Uma das partes do tour incluiu uma viagem submarina para ver os corais. Colocamos estes capacetes que fazem lembrar os escafandros de antigamente e lá fomos nós todas contentes a 5 metros de profundidade.


A lata dos turistas indianos registada. Para todo o lado onde fomos estas férias e nos pusemos de fato de banho, era este o festival.


O barco com fundo de vidro que nos levou até à próxima foto.


A praia dos turistas asiáticos (onde nós estavamos incluidas porque a minha agência de viagens é de Surat). Mais fotografias, mais mirones, mais comentários... Mas quando a água tem esta cor e os caramelos não sabem nadar, eu nem me importo.

E para quem ainda tinha dúvidas e achava que eu lhe chamava Super Mãe porque sou filha e as filhas são dadas ao exagero, aqui fica a prova última que comprova o seu estatuto: a Super Mãe voa!


A Super Mãe de regresso ao barco. Ah pois é, ela é tão especialista na matéria que levanta voo e aterra num barquinho... vejam lá a pontaria!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Desabafos do trabalhinho (ou da ausência do mesmo)

O dia de ontem foi recheado de revelações profissionais, infelizmente nem todas muito motivadoras. Quando eu cheguei a Surat já tinha deitado as mãos à cabeça ao ver o nível de desenvolvimento da organização. Apesar de ter vários projectos em acção e de prestar bons serviços, não existe qualquer noção de "projectos para o futuro". É tudo vivido no momento e não se sabe sequer se a organização quer crescer nos próximos anos, se quer expandir o número de projectos ou se pretende manter o que tem. Desenhar uma estratégia de angariação de fundos num cenário destes é no mínimo, difícil.

Com a chegada da nova voluntária (que está encarregue do Desenvolvimento Organizacional e que terá o trabalho encaminhado daqui a uns dois anos), conjugada com a ausência da presidente, na tarde de ontem o ambiente no escritório foi propício a confissões. Resultado: 3 elementos do staff confessaram que estão com um pé fora da porta, em fases finais de entrevistas para começarem a trabalhar com outras organizações. Se esta situação se concretizar, a organização onde estou vai ficar reduzida ao departamento de contabilidade, à presidente e à tesoureira, sem mais nenhum pessoal técnico para coordenar e assegurar o funcionamento diário dos projectos. Muitas insatisfações vieram ao de cima, algumas desonestidades por parte da presidente, mas a ideia principal que todos partilharam foi o desespero de quem já tentou todas as formas de comunicação ao seu alcance e não
conseguiu nada.


Portanto, estamos neste impasse. Não sei se a presidente tem alguma noção do que pode vir a acontecer. E eu que precisava de identificar alguém para treinar, começar a transferir capacidades, fui confrontada com a hipótese do meu trabalho não ter continuidade prática nenhuma e de vir a ser apenas mais um relatório para arquivar na prateleira (que me parece é o que acontece com muitas organizações na Índia e não só).

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pormenores IV

Detalhes de Sábado, na ilha Narmada.

Altar campestre
Cachorrinhos indianos

Velho no barco, a pensar que todos os brancos são tolos.

Galinhas indianas, com pintaínhos e tudo

Uma das minhas colegas de trabalho, em pose.

Sai-se do barco, caminha-se por um estrado de ferro que já conheceu melhores dias e os últimos metros até à praia, são dentro da água mesmo.

Para completar o reino animal (que nesta viagem até morcegos teve), reparem na cabra à direita. A senhora está a tirar-lhe o leite.

Porque é que o búfalo atravessa o rio?

A árvore mais velha da Índia, com mais de 2000 anos (ou é o que eles dizem...)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vale sempre a pena

E quando o gelado de chocolate estava quase no fim, e depois de termos passado horas a falar de trabalho, finalmente chegamos ao verdadeiro momento da conversa. De voz tranquila e olhar de lado, a D. conta-me que terminou a relação com o I. Não vai deixar de falar com ele, mas pôs um ponto final em todas as coisas que fazia e de que não gostava e que suportava só para o ver feliz. A novidade deixa-me profundamente contente, arranca-me um abraço que não controlo. Ouço os pormenores de como aconteceu, como ele reagiu e como ela se sente. Ouço ainda que ela quer sentir-se bem e que, depois da nossa conversa, não conseguia, por mais que tentasse, compreender o que retirava ela de tanto sofrimento. Finalmente decidiu tentar ser feliz. Disse-me que fui eu que a pus a pensar e eu tenho um momento de felicidade estúpida. Posso passar os próximos meses sentada a ver a relva crescer. A viagem já valeu a pena.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Férias parte 2: Bombaim/Mumbai

Entre Goa e a Tailândia, passamos umas horas em Bombaim (que agora se chama Mumbai). Sair das portas do aeroporto, com um carrinho cheio de malas e ar de turista ocidental nesta cidade, é o equivalente a ser minhoca, enrolar-se num anzol e saltar para um laguinho cheio de carpas. Depois de muita conversa, muita recusa e da implementação de uma estratégia muito bem planeada (a Super mãe escondeu-se com as malas na sala de espera e eu vim tratar das negociações sozinha e de mão na anca), lá conseguimos contratar um sik de turbante vermelho, para nos levar, por um preço que nos pareceu razoável, a dar umas voltinhas por Bombaim enquanto não chegava a hora de embarcar para a Tailândia. Gostei bastante do pouco que vi da cidade. A parte rica, onde vivem políticos e outros VIPs e onde fomos visitar os Hanging Gardens, ainda dá uns ares de cidade europeia. Os jardins é que de suspensos têm pouco: ganharam o nome por estarem em cima de uns reservatórios de água, usados para abastecer a cidade. Mas na confusão que é a metrópole, soube bem passear no meio das flores e dos “pinguins”, com níveis de ruído reduzidos a conversas.

Os pinguins dos Hanguing Gardens.

Os girassóis que pareciam girassóis, mas afinal não eram.


Uma flor estranha...
Je

Já com o sol a pôr-se fomos até à praia Chowpatti, um areal delicioso, onde se pode passar umas horas agradáveis, a ver o sol a pôr e as luzes a acender em volta da baía. Todos os Bombaístas (isto é palavra?) vêm para aqui ao final da tarde (ok, não são todos que eles são mais de 10 milhões, mas são muitos) o que confere à entrada da praia um ar meio “feira popular” com roulottes enfeitadas de neón a vender comida.


A tour terminou com a visita a um mercado de beira de estrada para comprar sapatos arábicos e écharpes de algodão. Dica: entrar num taxi cheia de sacas na Índia é sempre má ideia. Mesmo que se tenha acordado no preço anteriormente, o taxista ao constatar que há dinheiro, começa com o choradinho do give 100 rupees more because I was lost e assim estragar o que tinha sido até ao momento, uma tarde muito agradável.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O fechar da porta...

A super mãe foi-se embora hoje de manhã.

E o abrir da janela
A nova voluntária, que vai dividir o apartamento e trabalhar comigo nos próximos meses, chegou hoje de manhã. É alta, sardenta e escocesa, com um sotaque cerradíssimo. E eu que não estou habituada a partilhar espaços privados de vivência diária. É só aventuras...

sábado, 11 de abril de 2009

Férias parte 1: Goa

Goa faz-me lembrar África, sem nunca lá ter estado. As palmeiras por todo o lado, a terra vermelha e as casas coloniais polvilhadas um pouco por todo o minúsculo estado, são a imagem que eu tenho do que será o continente africano. Mal pus os pés fora do aeroporto comecei a bater palmas de contente. Depois de 4 meses no retiro que é Surat, sabe a mel entrar num cenário que se aproxima muito do paradisíaco. Acho que foram as palmeiras. Ou então o facto de ver mar pela primeira vez desde que cheguei à Índia.


Eu e a super mãe ficamos instaladas na capital do estado, Panjim, na zona das Fontainhas. Com a quantidade de nomes portugueses de ruas, lojas e zonas da cidade, estava cheia de esperança de encontrar pessoas a falar português. Ou pelo menos com uma ideia de que Portugal é efectivamente um país e que não me devolvessem o olhar vazio a que já me acostumei sempre que digo de onde sou. Bem enganadinha estava. O facto dos portugueses terem saído de Goa apenas em 1961 não fez diferença nenhuma nesse aspecto. Tirando os nomes das pessoas e das ruas, algumas igrejas e a comida, não há mais resquícios da nossa passagem por lá.




Mas mesmo sem falar português com os nativos, os cinco dias que passamos em Goa foram fabulosos. Deu para desenjoar completamente do vegetarianismo fundametalista a que sou forçada a aderir em Surat. Deu para afogar as mágoas em cerveja Kingfisher, que vem em garrafas de 650 ml. Os trabalhos para o bronze decorreram dentro do esperado. Aconselho vivamente a Baga Beach onde as espreguiçadeiras são de graça, as bebidas vêm ter connosco e o mar, a dois passos, é quase morno. O único inconveniente são as vendedoras insistente que constantemente nos tentam impingir pulseiras para o tornozelo, mini-saias, lenços, tambores e manicures, tudo da pior qualidade imaginável. O que vale a pena comprar são as frutas. O mini-ananás descascado na hora e servido numa saca de plástico com palitos, custa 40 rupias e é doce e suculento como os açorianos (os ananases, não as pessoas que ainda não manifestei tendências canibais).

Foi em Goa que começou o meu grito do Ipiranga de moda, que me acompanhou ao longo destas férias. Depois de quatro meses num ambiente onde mostrar os ombros ou o tornozelo é equiparável a posar nas páginas centrais da Playboy (que soube já tem edição portuguesa...), é libertador poder usar um vestido de alças e um biquini sem atrair (muitos) olhares.

O interior da Sé Catedral na Velha Goa.


A Super Mãe no rio Mandovi, no Panjim.


O mercado diário do Panjim.


O mercado semanal de Anjuna. Às 4as feiras, muita compra, muito calor, muito marralhanço.
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