No outro dia a menina foi ao médico e ele reparou que ela estava com uma deficiência de proteína. O senhor, que é um rapaz simpático, passou-se, ligou à chefe da menina e disse-lhe "isto não é maneira de se tratar um estrangeiro, vê lá se te passa a fobia de se comer - e até de se falar - em não vegetariano nesse escritório". A menina foi para casa toda contente, com um cartão, género receita médica, que dizia no primeiro ponto non-veg diet. Se o médico manda, a menina cumpre. Toca a procurar os antros onde se vende o não-vegetariano. O dealer dos ovos eu já conhecia e até tem um carrinho de venda ambulante na minha rua. A galinha chega-me clandestinamente à porta, escondida no saco do outro não vegetariano da organização onde trabalho.
Ontem fui pela primeira vez ao mercado do peixe. Não é para corações fracos. O cheiro é intenso. O peixe está coberto de moscas. E é preciso saber o que se procura, senão vai-se para casa com um lindo peixe prateado de meio metro, com as guelras azuis (quando frescas, deveriam ser vermelhas). As vendedoras são todas mulheres e pareceram muito contentes de me verem lá, a levantar a guelra a tudo o que era pescado e a enfiar o nariz no pescoço dos peixitos. Os gatos de toda a cidade estão concentrados nesta rua (o que responde ao grande mistério de porque é que eu só via cães e vacas na rua. E baratas.) O peixe é cortado e escamado numa lâmina enorme que as vendedoras têm pousada no chão e encostada à tábua que lhes serve de mesa. Se deixarmos ficar a cabeça da criatura, recebemos uma posta extra!
2 comentários:
Que tal o peixe é bom?
Esse negócio de deixar a cabeça e trazer posta extra é fixe.Pena eu não ter visto esse mercado.
Bjinhos
Está na hora de comer umas francesinhas, bem tripeiras, para cumprir ordens, para já não falar de uma posta...que por aí é sagrada!
Nada de genéricos! A saúde em primeiro lugar...com boas proteínas.
Beijinhos
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